terça-feira, 24 de maio de 2011

Obras

Título: Série Trama Orgânica Colorida (2011) / Técnica: Serigrafia  com terra, areia, carvão, cinza, tijolos, cerâmicas maceradas e tinta vinílica sobre tela/ medidas: 100 x 72cm




Título: Série Trama Grafismo (2010)  / Técnica: Serigrafia, tinta vinílica sobre lona plástica /
medidas: 95 x73cm



Título: Série Trama Orgânica (2010) / Técnica: Serigrafia com terra, areia, carvão, cinza, tijolos e cerâmicas maceradas sobre tela/ medidas: 85 x 65cm



Título: Série Promessa – 1000 impressões (2010) / Técnica: Serigrafia, tinta vinílica sobre lona plástica / medidas: 100 x 75cm



Título: Série Trama Trançada (2009)  / Técnica: tinta borrifada e serigrafia sobre tecido colado em madeira / medidas:69 x 53cm

GASTÃO DEBREIX: serigrafias



Serigrafia é um processo milenar e consiste em vazar a tinta através de uma tela de nylon ou alumínio. A impressão se dá por foto-sensibilização. Ele passou a ser empregado nas artes plásticas depois de 1950 atingindo o auge com o movimento da arte pop e Andy Warhol. De lá para cá não parou de evoluir, pois novos conceitos foram associados às ideias tradicionais e o estigma comercial da serigrafia tornou-se uma questão ultrapassada.
Gastão emprega a técnica desde o inicio de sua carreira, seja em telas ou em papel, quando compõe seus poemas visuais. O artista possui a capacidade de síntese que foi depurada ao longo dos anos na história da arte. Pensem no período que vai de Picasso até Ben Nicholson e os espectadores conseguirão sentir essa redução de formas em sua produção artística. A decomposição percebida na arte contemporânea, e mais precisamente na de Debreix, dá um salto para essa síntese de planos significativos, tornando o resultado de sua representação em arte abstrata original, enfim trabalho de um artista único.
A obra de Gastão Debreix produzida nos últimos tempos possui essa evolução gradativa, tendo pequenas mudanças entre um quadro e outro, formando um elo acorrentando uma tela a uma colagem, que se transforma em uma escultura bidimensional. A metáfora da cadeia pode ser adequada para descrever seu estilo na arte, talvez reminiscências de seus primeiros trabalhos... Essa singularidade corresponde ao seu poder de observação e a sua originalidade. As formas mágicas por ele inventadas parecem brotar de seu inconsciente ou de outras fontes, porque nenhum artista cria no vazio, mas existe um grau de ecletismo muito grande em sua produção como um todo. Sem querer plagiar Caetano Veloso e sua prosa dual, eu diria que Debreix é eclético, mas sua obra possui uma continuidade difícil de observar em artistas locais, com raras exceções.
E o mais importante, ele consegue resolver o enorme problema da forma, sugerindo o espaço pela justaposição de cores, criando um objeto novo e apostando no pensamento de que uma obra de arte é uma organização de sensações e não um modo de representação. O entendimento da arte começa e termina com essa compreensão.
A autora, Janira Fainer Bastos, é doutora em Estética e História da Arte.